Tamareira
(Árvore da Tâmaras)
A tamareira, a árvore das tâmaras, é uma árvore de espique esbelto, que alcança 30 metros de altura, com uma copa formada por grandes folhas penatissectas de 3 a 4 m de comprimento. Na base da tamareira, o espique desenvolve rebentos como forma de reprodução vegetativa
A tamareira é uma planta dióica. As inflorescências, panículas ramificadas, crescem nas axilas das folhas. Os cachos de flores das árvores masculinas têm aproximadamente metade do tamanho das plantas femininas. Dos três carpelos, desenvolve-se apenas um, formando-se assim um único fruto, a tâmara, com cerca de 5 cm de comprimento e extraordinariamente rico em açúcar.
A tamareira frutifica aproximadamente a partir do quinto ano. Com frequência a polinização é feita artificialmente pelos nativos, polvilhando as inflorescências masculinas sobre as flores femininas, ou pendurando-as, simplesmente, entre elas.
Para o consumo local no estado fresco, os frutos (tâmaras) são colhidos maduros; pelo contrário, as quantidades de tâmaras destinadas a exportação são colhidas verdes, fazendo-se depois amadurecer artificialmente de forma uniforme sob forte calor, num ambiente muito húmido. Em seguida secam-se as tâmaras, ao sol ou em fornos de secagem, aumentando durante este processo ainda mais o conteúdo em açúcar. As tâmaras para serem transportadas são fortemente prensadas e depois empacotadas; a elevada concentração em açúcar actua como conservante.
As principais zonas de produção da tâmara são o Iraque, Tunísia e Argélia.
Propagação
A tamareira pode ser propagada de várias formas. Cada método tem prós e contras:
Por semente: Tem a vantagem de ser a forma mais económica e rápida para se obter uma ou várias plantas.
A desvantagem é que assim devemos obter igual quantidade de plantas femininas e masculinas, estas pouco interessantes desde o ponto de vista produtivo. Também não temos certeza de que a planta obtida vai produzir tâmaras semelhantes à aquela da qual obtivemos a semente, isso por interferência da carga genética proveniente do ‘pai’.
Por rebentos: Esta é a forma mais conveniente de propagação de uma palmeira que produz frutos exemplares.
As plantas assim obtidas conservam todas as características genéticas da matriz (a 'mãe'), dentre elas o sexo e o tipo de tâmaras que produza.O inconveniente é que no Brasil o comércio de rebentos apenas está engatinhando (como toda a produção de tâmaras).
Por cultivo de tecidos: Esta forma de propagação é a mais apurada e já se encontram empresas que comercializam mudas obtidas mediante esta técnica.
Estas empresas atendem o mercado árabe e norte-americano por serem os que possuem maior poder aquisitivo.
Além de serem clones da planta matriz, estas mudas estão livres de vírus e doenças.
Curiosidades
Como já mencionado, existem tamareiras fêmeas (que são as mais apreciadas por produzir os frutos que nos interessam) e também tamareiras macho indispensável para polinizar as flores das fêmeas mas que são pouco interessantes desde o ponto de vista produtivo. Ainda que seja necessário ter pelo menos um macho para fecundar as flores femininas, este não precisa estar junto da fêmea para fecunda-a. O vento é capaz de levar o pólen a grande distância. Cita-se o caso de na Itália de uma tamareira feminina ter sido polinizada com o pólen proveniente da planta masculina situada a 75 km de distância. Na cidade de Irecé (Bahia) uma tamareira produzia frutos com o pólen de um macho localizado no povoado de Angical, a 11 km de distância.
Plantando no nosso jardim
Colocar uma tamareira no nosso jardim ou quintal pode ser uma óptima opção para embelezar o conjunto, valorizar a propriedade e, de quebra, comer deliciosas tâmaras.
A vantagem de obter uma palmeira já adulta reside no fato de poder escolher o sexo da tamareira e já conhecer o tipo de frutos que vai produzir. No sul da Flórida e Califórnia esta prática é muito comum e existem diversas empresas que fornecem as palmeiras e toda a logística necessária. No Brasil este mercado é incipiente mas já podemos encontrar fornecedores de palmeiras e know-how.
Folhas
As folhas são pinadas ou palmadas, com pecíolos longos, em geral com bainha abarcante, inteira e larga, as vezes com espinhos. A bainha muitas vezes envolve o espique (tipo de caule característico das palmeiras) e as bainhas das folhas mais novas. As folhas são geralmente inseridas em espiral formando um tufo na extremidade do caule. A prefoliação é do tipo plicada.
Flores
Inflorescências, geralmente axilares, grandes, paniculadas e envolvidas por bráctea desenvolvida na forma de quilha (espata) que muitas vezes são lenhosas (cimba). As flores são numerosas, pequenas, curto-pediceladas ou sésseis, unissexuadas ou raramente andróginas, trímeras, actinomorfas, heteroclamídeas ou raramente monoclamídeas.Androceu com 6 estames dispostos em 2 séries de 3. Estaminódios frequentemente presentes. Gineceu de ovário súpero, tricarpelar.
Frutos
As tâmaras, devido ao alto conteúdo de hidratos de carbono, constituem um alimento muito energético. São ideais para aqueles que precisam de muita energia, como crianças e desportistas
As tâmaras são ricas em potássio, cobre, magnésio e cálcio.
Além disso, pelo seu conteúdo em açúcares complexos, são metabolizadas pelo organismo de forma demorada. Isto é uma qualidade interessante quando temos que manter um ritmo intenso de esforço físico ou mental por um período longo de tempo (desportos de resistência ou provas de longa duração).
As tâmaras são também ricas em ácido pantoténico o vitamina B5, conhecida pelos seus efeitos tranquilizantes.
Assim, têm quem chame as tâmaras de “doses naturais de anti-stress” pela capacidade que tem de relaxar e proporcionar uma sensação de bem-estar. Também pode ser interessante comer algumas tâmaras antes de dormir por conter triptófano que estimula a formação de melatonina, que pode contribuir a conciliar o sono e evitar a insónia.
Classificação científica
Reino – plantea
Divisão – magnoliophyta
Classe – liliopsida
Ordem – arecales
Família – arecaceace
Género – phoenix
Nome binominal – phoenix dactytilifera
Nome comum - tamareira
Realizado por:
Ana Beatriz Santos, nº23
Rui Pedro Henriques, nº751
Diogo António Veríssimo, nº261